É através duma banda com eléctrodos que é colocado na cabeça e são estes eléctrodos que captarão as ondas cerebrais.
As ondas cerebrais são os estímulos electromagnéticos produzidos pelo cérebro aquando o seu funcionamento. Estas são medidas em vibrações por segundo, ou seja, em Frequência (Hz). As frequências variam entre os 0 e 30 Hz e é isso que caracteriza os quatro diferentes tipos de ondas: as Delta, as Teta, as Alfa e as Beta.
As Ondas Delta δ (Frequência entre 0 e 4 Hz) predominam enquanto dormimos profundamente. Quando observadas são a manifestação de acções como movimentos oculares inconscientes que ocorrem durante o sono.
As Ondas Teta θ (Frequência entre 4 e 8 Hz) predominam durante o período entre a insonolência e a sonolência. As ondas adquirem esta frequência quando sonhamos.
As Ondas Alfa α (Frequência entre 8 e 12 Hz) predominam quando estamos num estado de descontracção ou relaxamento. Surgem claramente quando fechamos os olhos.
As Ondas Beta β (Frequência entre 12 e 30 Hz) predominam quando estamos concentrados ou prestamos atenção a algo que nos rodeia. Este tipo de ondas só se manifesta enquanto estamos acordados.
Técnicas de Observação Cerebral
Hoje em dia existem várias formas de observar o cérebro, tais como:
- Electroencefalograma (EEG)
Esta técnica permite registar, através de eléctrodos, actividade eléctrica no nosso cérebro. Essa actividade é captada e amplificada pelos eléctrodos e posteriormente é convertida em ondas cerebrais que são registadas em polígrafos ou em ecrãs de computador.
Geralmente o EEG é realizado para avaliar pacientes com suspeita de epilepsia, para determinar a profundidade de um coma, para diagnosticar demências e encefalopatias e também para confirmar diagnósticos de morte cerebral.
No decorrer da EEG são-nos aplicados eléctrodos na cabeça, tendo que ser limpa a área onde cada eléctrodo é aplicado (de modo eliminar alguns excessos de gordura no couro cabeludo, facilitando a transmissão eléctrica). É também colocado um gel para facilitar a transmissão, havendo consequentemente uma melhor captação das ondas cerebrais.
Os eléctrodos captam as ondas, transmitem-nas para o aparelho de EEG, que as regista num papel através de um polígrafo, ou mesmo num ecrã de computador. No decorrer do exame é pedido ao paciente que abra e feche os olhos, que respire rápida e profundamente e que olhe para uma luzintermitente.
- Tomografia Axial Computorizada (TAC)
A tomografia axial computorizada (TAC) funciona com base na absorção das radiações X por parte do corpo que é sujeito ao exame. A absorção varia em função da composição da zona do corpo exposta á radiação. Há uma maior absorção das radiações por parte dos tecidos mais densos (como o fígado) e uma menor absorção das radiações por parte dos tecidos menos densos absorção (como os pulmões que estão cheios de ar). Assim a TAC indica a quantidade de radiação absorvida, apresentando-a numa escala de cinzentos em imagem. Quanto menor é a absorção, mais escuro é o cinzento que aparece na imagem.
No decorrer da TAC, o paciente deita-se numa maca que se desloca para o interior de uma estrutura semelhante a um tubo (com 70 cm de diâmetro), rodeado por um suporte circular designado por gantry. O gantry contem um emissor de radiações X que se posiciona na zona oposta ao receptor de radiações X. Assim no decorrer da TAC, o gantry roda 360º, na zona do corpo que é analisada. As radiações X emitidas pelo emissor atravessam o corpo e são recebidas pelo receptor de radiações X, que transmite a informação para um computador. O computador processa essa informação e cria uma imagem. A maca desloca-se varias vezes de forma a que o gantry desempenhe a sua função uns milímetros ou centímetros mais a baixo até ter percorrido toda a área pretendida.
A TAC possui a vantagem de fazer uma maior distinção entre tecidos. Esta consegue distinguir diferenças de densidade entre tecidos na ordem do 0.5%.Por outro lado tem uma grande desvantagem, a qual se refere á emissão de radiações X. Estas radiações têm efeitos negativos em relação ao corpo humano, tornando possível a ocorrência de mutações genéticas e não só. Assim não é aconselhável a realização da TAC em grávidas e crianças.
- Tomografia por Emissão de Positrões (TEP)
A tomografia por emissão de positrões (TEP) é uma técnica que permite analisar o estado funcional do cérebro através de positrões que são emitidos por radionuclídeos introduzidos no corpo que se pretende examinar.
Os positrões aniquilam-se quando entram em contacto com electrões, originando assim raios γ (Gama) que posteriormente são captados.
No caso do cérebro, o radionoclídeo utilizado é o Oxigénio-15, pois este permite observar o consumo de oxigénio em diferentes regiões do cérebro.
No decorrer da TEP são introduzidos radionuclídeos no cérebro do paciente. Os radionuclideos decompõem-se e libertam positrões que reagem com os electrões presentes no nosso cérebro e originam raios gama. O cérebro do paciente é analisado num aparelho com uma estrutura semelhante ao das TAC’s. A diferença entre os dois aparelhos está na captação de radiações, o aparelho que efectua as TEP’s apenas capta os raios gama, não faz emissões. Os raios γ (Gama) após captados são transferidos em forma de informação para um computador, que executa o seu processamento e cria imagens do cérebro.
Esta técnica tem a mesma desvantagem que a TAC, pois os raios γ (Gama) têm efeitos negativos em relação ao nosso corpo tal como os raios X. Normalmente estas imagens são analisadas em conjunto com as imagens recolhidas nas TAC’s, pois observando e relacionando as duas é mais fácil tirar conclusões.

- Ressonância Magnética (RM)
A ressonância magnética é uma técnica que permite obter várias imagens do cérebro, através de ondas emitidas pelos átomos de hidrogénio presentes no nosso corpo (na água). Para que haja a formação dessas ondas é necessário que o cérebro seja submetido a um campo magnético, e á emissão de ondas rádio. Nestas condições os átomos iram emitir também ondas, que são captadas e é assim formada a imagem do cérebro. No decorrer da ressonância o paciente é exposto a um campo magnético, e são emitidas ondas rádio, os átomos do cérebro do paciente perante esta situação irão emitir também ondas que serão captadas por uma bobina receptora.

Os quatro lobos constituintes do Cortéx Cerebral são: